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Sombrio sempre foi o cenário de vida de Dona Alvaci Cunha Zacca, nascida em 23 de setembro de 1932, mulher de coração firme e sorriso sereno. Servidora pública dedicada, trabalhou durante muitos anos no Posto de Saúde de Sombrio, onde deixou não apenas sua contribuição profissional, mas também uma marca de carinho e atenção por todos que a conheciam. No início dos anos 80, se aposentou, mas nunca se afastou da rotina simples que tanto valorizava.
 
Mãe amorosa de três filhos - Eleaci (In memoriam), Vera e Jorge –, Dona Alvaci dividia os dias com o neto Gabriel, no aconchego do apartamento no centro da cidade. Gostava de dizer que morava ali porque “estava perto de tudo”. E realmente estava: perto da farmácia, do açougue, do mercado e, principalmente, perto das pessoas e do movimento que tanto gostava de observar da janela e da sacada de casa.
 
Mesmo quando as pernas já não tinham a mesma força, fazia questão de sair às ruas, cumprimentar conhecidos, trocar palavras gentis e sentir o pulso da cidade que viu crescer. Mantinha o hábito de acompanhar as notícias pelo rádio e pelo jornal, sempre curiosa, sempre atenta ao que acontecia ao seu redor.
 
Filha de Protásio Joaquim da Cunha, político sombriense, e de Jovelina Silveira da Cunha (Dona Jove), Dona Alvaci carregava consigo o senso de responsabilidade e o amor pelo próximo, valores que transmitiu aos filhos e netos. Era daquelas pessoas que ensinavam mais pelo exemplo do que pelas palavras.
 
Na madrugada de 30 de janeiro de 2014, aos 81 anos, Dona Alvaci partiu serenamente, no Hospital São João Batista, em Criciúma. Deixou saudade e uma herança imaterial imensa - lições de dignidade, integridade, bons costumes e fé inabalável.
 
A última fotografia registrada, em Torres (RS), no dia 19 de setembro de 2013, às 10h44, mostra uma mulher que, mesmo com o tempo marcando o rosto, conservava a leveza e a serenidade de quem viveu plenamente - com amor, coragem e gratidão.
 
Uma vida simples, mas grandiosa. Um exemplo que permanece vivo na memória de quem teve o privilégio de conhecê-la.

Fonte: Família